O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) possui mecanismos para bloquear descontos não autorizados de aposentados e pensionistas envolvidos em um esquema de fraudes. No entanto, as vítimas foram orientadas a buscar diretamente as entidades responsáveis pelos descontos para reaver o dinheiro, um processo que especialistas consideram lento e cheio de obstáculos. O governo afirmou que analisará cada caso individualmente, sem prazo definido para a devolução dos valores, enquanto a Justiça bloqueou bens de investigados.
O esquema, que já era conhecido por advogados e pela Justiça, operava principalmente durante o reajuste anual dos benefícios, quando pequenos descontos ilegais passavam despercebidos. Entidades utilizavam métodos questionáveis para filiar beneficiários sem consentimento, incluindo documentos supostamente autorizados pelo INSS. Muitas dessas organizações já não existem ou não possuem recursos para ressarcir as vítimas, deixando os afetados sem alternativas eficazes.
Especialistas alertam que a recuperação dos valores pode ser inviável, já que parte do dinheiro desviado foi convertido em bens de luxo ou transferido para pessoas físicas. Além disso, as vítimas que buscaram reparação diretamente com as entidades relataram exigências abusivas, como fornecer dados pessoais e bancários, sem garantia de ressarcimento integral. Muitos optaram por ações judiciais, enquanto outros desistiram devido à descrença na devolução dos valores.