A 35ª edição da Paixão de Cristo de Piracicaba estreou nesta quarta-feira (16) no Parque Engenho Central, com apresentações até domingo (20). A produção, que reúne 201 atores e uma equipe de 162 pessoas, introduz novidades na cenografia, recursos técnicos e narrativa, incluindo pela primeira vez a passagem bíblica do caminho de Emaús. A cena, que retrata Jesus encontrando dois discípulos após a ressurreição, serve como elemento de transição entre os momentos do espetáculo, eliminando deslocamentos e dando fluidez à dramaturgia.
O diretor Raul Rozados destacou a abordagem inovadora da figura de Satanás, presente ao longo da trama como uma tentação constante, dialogando com questões contemporâneas. “O mal vai percorrendo a história, certo? Quem sabe não seja tão distante do que a gente vive hoje”, refletiu. A cena foi elaborada para surpreender o público, fugindo do convencional. Além disso, a montagem questiona com quem Jesus estaria se vivesse nos dias atuais, buscando aproximar a história do espectador.
Com capacidade para 2.300 pessoas por sessão, o espetáculo consolida-se como um dos mais tradicionais do país, completando 35 anos de existência. Realizado pela Associação Cultural e Teatral Guarantã, em parceria com a Prefeitura de Piracicaba e o Ministério da Cultura, a produção mantém o desafio de inovar, conectando a narrativa milenar à realidade social atual. Ingressos estão disponíveis a partir de R$ 23, com sessões às 20h e uma extra na Sexta-Feira Santa (18), às 17h.