O escritório britânico Pogust Goodhead, responsável por representar vítimas do rompimento da barragem de Mariana em 2015, enfrenta questões financeiras, conforme revelado por suas contas de 2022, publicadas com 18 meses de atraso. Os documentos mostram dívidas de curto prazo de 522 milhões de libras, além de um adiantamento de 4,24 milhões de libras ao diretor da empresa, valor posteriormente perdoado. Auditores alertaram para riscos quanto à capacidade da firma de honrar suas obrigações, embora o escritório afirme que seu modelo de negócios, baseado em retornos de longo prazo, mantém sua estabilidade.
O caso de Mariana, que envolve 620 mil vítimas e pedidos de indenização de até 36 bilhões de libras, está em fase decisiva no Reino Unido, com um veredito esperado até o fim de 2025. O escritório cobrará honorários de até 30% dos valores recebidos por algumas vítimas, e uma eventual condenação das mineradoras pode levar a uma nova fase para definir os valores finais, com decisão prevista até 2028. Enquanto isso, a empresa destaca que seu portfólio de casos emblemáticos garante sua solidez financeira.
Em nota, o escritório afirmou que as contas de 2022 não impactam o andamento dos processos, incluindo o de Mariana, e que 2025 será um ano crucial devido ao avanço de ações judiciais contra grandes corporações. A firma reiterou seu apoio de investidores e a confiança em receitas futuras, embora não tenha divulgado números detalhados. O caso continua sob observação, enquanto as vítimas aguardam uma resolução que pode definir um marco em litígios ambientais.