Mario Vargas Llosa, vencedor do Nobel da Literatura em 2010, faleceu neste domingo (13) em Lima, aos 86 anos. A notícia foi confirmada pelo filho, Álvaro, que destacou que o escritor partiu “pacificamente, cercado pela família”. Nascido em Arequipa, no Peru, Vargas Llosa foi uma das figuras centrais do boom latino-americano, ao lado de autores como Gabriel García Márquez e Julio Cortázar. Sua obra, marcada por retratos sociais e políticos, inclui clássicos como “A Cidade e os Cachorros” e “A Festa do Bode”, traduzidos para mais de 30 idiomas.
Além da carreira literária, Vargas Llosa teve uma trajetória política controversa. Inicialmente simpatizante da Revolução Cubana, rompeu com o regime de Fidel Castro nos anos 1970 e, décadas depois, candidatou-se à presidência do Peru em 1990, perdendo para Alberto Fujimori. Defensor ferrenho do liberalismo, suas posições geraram polêmicas em meio a intelectuais de esquerda. Apesar disso, manteve-se ativo na vida pública, criticando populismos e nacionalismos até os últimos anos.
Prolífico até o fim, Vargas Llosa cumpriu o desejo de “escrever até o último dia de vida”, publicando obras como “O Herói Discreto” e “Tempos Ásperos”. Sua vida pessoal também foi marcante, com casamentos que incluíram relacionamentos familiares complexos e um romance tardio com a socialite Isabel Preysler. Deixou um legado literário que o consagrou como um dos maiores nomes da literatura do século XX, além de honrarias como o Prêmio Cervantes e o Príncipe de Astúrias. A reportagem segue em atualização.