Novas escavações no sítio arqueológico de Kom el-Nugus, no norte do Egito, revelaram estruturas residenciais e artefatos que comprovam a presença de uma cidade organizada durante o período faraônico, séculos antes da chegada dos gregos. Entre as descobertas, destacam-se construções de tijolos de barro, um sistema de drenagem urbana e fragmentos de cerâmica, além de uma ânfora com o nome de Meritáton, filha do faraó Akhenaton. Esses achados datam o local na 18ª dinastia egípcia (1550-1292 a.C.), alterando a compreensão anterior de que a região só foi ocupada após a conquista de Alexandre, o Grande.
Os pesquisadores também identificaram blocos de um templo dedicado a Ramsés II, reutilizados em construções posteriores, o que reforça a importância estratégica e econômica da área. A cidade pode ter servido como base militar ou centro de produção, possivelmente ligado à viticultura, devido à sua localização próxima à fronteira oeste do Egito. A descoberta sugere que o local teve um papel significativo no controle territorial e na economia do período faraônico.
As escavações continuam em Kom el-Nugus, com o objetivo de esclarecer o nome original da cidade, seu cotidiano e seu papel histórico. A descoberta não apenas redefine o mapa do delta do Nilo, mas também amplia o conhecimento sobre a presença egípcia na região antes da influência de culturas estrangeiras. Os achados destacam a complexidade urbana e a planejamento avançado do Egito antigo, oferecendo novas perspectivas para a arqueologia e a história da região.