A embaixada dos Estados Unidos em Brasília reiterou que o governo americano reconhece apenas dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento, conforme a Ordem Executiva 14168, emitida durante a administração anterior. A declaração foi dada após um caso envolvendo a emissão de um visto diplomático para uma parlamentar brasileira, cuja identidade de gênero não foi respeitada nos documentos. A embaixada destacou que não comenta casos individuais, mas afirmou que a política atual segue as diretrizes estabelecidas pela ordem executiva.
A parlamentar em questão denunciou que, apesar de possuir documentos oficiais brasileiros que atestam seu gênero feminino, o visto foi emitido com a marcação de sexo masculino. Ela solicitou uma reunião com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil para discutir o caso e avalia medidas jurídicas internacionais. O Itamaraty analisa a possibilidade do encontro, enquanto a situação gera debates sobre o reconhecimento de identidades de gênero em documentos oficiais.
O caso ilustra as divergências entre as políticas de gênero dos dois países e levanta questões sobre o impacto de decisões administrativas em missões diplomáticas. A parlamentar, que é a primeira deputada federal negra e trans eleita para o Congresso Nacional, criticou a postura do governo anterior dos EUA, acusando-o de promover discriminação contra pessoas trans. A embaixada, no entanto, manteve sua posição de não entrar em detalhes sobre o processo específico, reafirmando sua adesão às normas vigentes.