A Eletrobras começou a receber solicitações de parte de sua base acionária para implementar o voto múltiplo na eleição do novo conselho de administração, marcada para 29 de abril. De acordo com as regras da CVM, a adoção do formato depende de acionistas com mais de 5% dos votos formalizarem o pedido à empresa, o que ainda não ocorreu. No entanto, dez acionistas, entre fundos e pessoas físicas, enviaram uma carta na quinta-feira (10) requerendo a medida e pedindo sua divulgação ampla para facilitar a adesão de outros investidores.
A companhia, porém, deve aguardar até que o percentual de 5% seja atingido antes de tornar o aviso obrigatório, conforme determinação da CVM. Os signatários da carta argumentam que a divulgação prévia é essencial para mobilizar mais acionistas a apoiar a proposta, aumentando as chances de alcançar o patamar necessário. A Eletrobras não se pronunciou sobre o assunto, mas em comunicado recente sugeriu que a adoção do voto múltiplo não alteraria o resultado final da eleição.
O debate ganhou destaque após o conselheiro Marcelo Gasparino compartilhar publicamente o documento, defendendo maior transparência e equidade para todos os candidatos. O voto múltiplo permitiria que acionistas com participações menores tivessem maior influência no processo, multiplicando seus votos pelo número de candidatos. A discussão reflete a tensão em torno da governança da empresa, que segue sob observação do mercado.