A Eletrobras já garantiu votos suficientes de acionistas para aprovar o acordo com a União, encerrando a disputa sobre a influência do governo na empresa. De acordo com a votação prévia à assembleia marcada para terça-feira, o acordo recebeu apoio equivalente a mais de 622 milhões de ações ordinárias, enquanto apenas 930 ações votaram contra. O governo federal não participou da votação, conforme acordado previamente com a companhia.
O acordo, anunciado em fevereiro, resolve uma controvérsia no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o limite de poder de voto na Eletrobras, uma incerteza que persistia desde críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a privatização da empresa. Como parte do entendimento, a União terá três assentos cativos nos conselhos da companhia, ocupados por nomes indicados pelo governo. Na assembleia, os acionistas também elegerão a nova composição do conselho, incluindo os representantes da União.
Além de resolver a disputa, o acordo reduz riscos associados a negócios nucleares dos quais a Eletrobras participa como sócia minoritária. A empresa, por exemplo, não terá mais obrigação de investir recursos no projeto da usina nuclear de Angra 3, caso ele avance. A decisão marca um passo importante para a estabilidade da companhia após um período de incertezas.