A Lei Smoot-Hawley, aprovada em 1930, foi uma medida protecionista dos EUA para proteger agricultores e indústrias após o crash da Bolsa em 1929. No entanto, além de não alcançar seus objetivos, a legislação agravou a Grande Depressão, reduziu o comércio internacional e incentivou retaliações de outros países, tornando-se um símbolo do fracasso do protecionismo. Agora, quase um século depois, especialistas comparam a política tarifária recente com a lei histórica, alertando para possíveis consequências similares, como aumento de preços, tensões comerciais e desaceleração econômica.
O anúncio de novas tarifas recíprocas nesta semana reacendeu o debate sobre os riscos de medidas isolacionistas. Economistas argumentam que, assim como nos anos 1930, a imposição de barreiras comerciais pode levar a retaliações globais, prejudicando cadeias de suprimentos e afetando consumidores. O Federal Reserve já advertiu que a medida pode elevar o desemprego e a inflação, enquanto aliados como a China responderam com tarifas próprias, aumentando as tensões econômicas.
Apesar das promessas de fortalecer a indústria nacional, especialistas destacam que os efeitos positivos das tarifas podem levar anos para se materializar, enquanto os impactos negativos são imediatos. A revista The Economist criticou a interpretação histórica por trás da política, lembrando que o livre comércio foi fundamental para a prosperidade global nas últimas décadas. Com as eleições de meio de mandato se aproximando, a pressão sobre a administração atual tende a crescer, especialmente se os custos forem repassados aos consumidores.