A Lei Smoot-Hawley, aprovada em 1930, tornou-se um símbolo dos perigos do protecionismo após agravar a Grande Depressão nos EUA. Criada para proteger a agricultura e a indústria nacional, a legislação elevou tarifas sobre milhares de produtos, mas acabou reduzindo o comércio internacional e incentivando retaliações de outros países. Muitos economistas argumentam que a medida aprofundou a crise econômica e fragilizou as relações diplomáticas em um período marcado pelo avanço de regimes ultranacionalistas.
Atualmente, a política tarifária anunciada pelo governo dos EUA reacende o debate sobre os efeitos do protecionismo. Assim como na década de 1930, as novas tarifas buscam fortalecer a indústria local, mas especialistas alertam para possíveis consequências negativas, como aumento de preços, desaceleração econômica e retaliações comerciais. A China já reagiu com tarifas sobre produtos americanos, e analistas temem que a medida aprofunde as tensões globais em um momento de fragilidade econômica.
Historicamente, acordos comerciais multilaterais têm sido mais eficazes na promoção da prosperidade do que medidas isoladas. A revista The Economist destacou que as tarifas da década de 1930 pioraram a crise, enquanto a abertura comercial posterior impulsionou o crescimento. Com a economia global interconectada, especialistas sugerem que políticas protecionistas podem ter efeitos limitados e até contraproducentes, especialmente em um cenário de incertezas geopolíticas. O debate continua sobre como equilibrar proteção industrial e cooperação internacional sem repetir os erros do passado.