Em meio a um cenário de alta incerteza econômica global, especialistas destacaram a crescente complexidade na definição de políticas monetárias durante as Reuniões de Primavera do FMI. A diretora-executiva adjunta do fundo ressaltou que a volatilidade dos mercados e as tensões geopolíticas dificultam a atuação dos bancos centrais, defendendo a autonomia dessas instituições como crucial para a estabilidade econômica. A discussão também abordou as pressões políticas sobre os BCs, em um contexto de disputas públicas entre líderes e autoridades monetárias.
A agenda protecionista foi outro ponto de alerta, com análises indicando que medidas como tarifas comerciais podem ter efeitos contraditórios. No curto prazo, elas elevam custos e pressionam a inflação, mas, se reduzirem a demanda global, o impacto final pode ser desinflacionário e prejudicial ao crescimento. Os especialistas destacaram que tais políticas aumentam os riscos para economias já fragilizadas pela incerteza.
O debate também abordou a interdependência dos mercados financeiros, com o presidente do BC sul-africano exemplificando como os movimentos nos títulos do Tesouro americano afetam economias emergentes. A sincronia entre os rendimentos de títulos de referência, como os de 10 anos dos EUA, e os ativos de países em desenvolvimento ilustra a sensibilidade global a mudanças na política monetária das grandes economias. O cenário exige, segundo os participantes, coordenação e cautela para evitar choques amplificados.