O economista e ex-presidente do Banco Central defendeu o congelamento do salário mínimo por seis anos como medida essencial para melhorar as contas da Previdência Social, que enfrentam um déficit crescente. Durante participação na Brazil Conference, realizada em Harvard e MIT, ele argumentou que o envelhecimento da população e as regras atuais agravam o desequilíbrio. Além disso, sugeriu que o salário mínimo, usado como base para benefícios como aposentadorias e Bolsa Família, deveria ser ajustado apenas pela inflação nesse período para aliviar os gastos públicos.
O economista também destacou a necessidade de reformas no setor público, apontando que 80% dos gastos primários são destinados à Previdência e à folha salarial de funcionários públicos. Ele propôs reduzir esses custos para até 60%, criticando os altos salários em cargos de liderança e a renúncia fiscal, que consome 7% do PIB. Comparando o atual marco fiscal a uma “Ferrari a 300 km/h”, ele alertou para o risco de colapso se não houver controle dos gastos, especialmente com juros da dívida pública, que consomem recursos que poderiam ser investidos em infraestrutura.
Por fim, o ex-presidente do BC abordou desafios além da economia, como crime organizado, desigualdade e educação, e criticou a postura dos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump, que, segundo ele, enfraquece a cooperação global. Defendeu que o Brasil mantenha uma posição independente e coerente com valores democráticos, evitando alinhamentos com regimes autoritários. Suas propostas buscam equilibrar as finanças públicas enquanto promovem um crescimento sustentável e justo.