O Prêmio Nobel de Economia criticou recentemente as políticas comerciais adotadas pelo governo dos Estados Unidos, destacando os efeitos negativos das tarifas de importação. Segundo ele, a incerteza gerada por essas medidas paralisa investimentos e prejudica a economia, comparando a situação a um “autoisolamento” similar ao de regimes fechados. O economista argumentou que as cadeias globais de suprimentos são essenciais para setores estratégicos, como semicondutores e minerais raros, e que substituí-las levaria mais de uma década, com custos significativos.
Além dos impactos econômicos, a postura protecionista estaria afastando os EUA de aliados tradicionais, como Reino Unido e Canadá, que começam a considerar alternativas sem a participação norte-americana. O especialista também rebateu a ideia de que as tarifas beneficiariam trabalhadores locais, afirmando que elas funcionam como um “imposto regressivo”, atingindo principalmente os mais pobres, que dependem de bens importados. A nostalgia por uma reindustrialização em larga escala foi descrita como “tóxica”, já que mesmo medidas extremas trariam ganhos limitados no emprego.
Por fim, o economista sugeriu que as políticas em vigor são motivadas mais por convicções pessoais do que por análise técnica, criando um ambiente onde a lealdade prevalece sobre a racionalidade. Ele alertou que insistir nesse caminho, sem considerar evidências ou consequências, pode levar a danos duradouros à economia e à posição global do país. O debate sobre o futuro do comércio internacional e suas implicações continua acalorado, com especialistas destacando a necessidade de estratégias mais equilibradas.