A publicação britânica *The Economist* destaca que o Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro possui poderes incomuns em comparação com outros países, permitindo que ministros decidam individualmente sobre questões que, em outras democracias, caberiam a autoridades eleitas. Essa estrutura concede aos ministros grande visibilidade, mas nenhum alcançou o mesmo destaque que o atual relator de casos envolvendo liberdade de expressão online. A publicação ressalta que, embora o STF tenha fundamentação legal para agir, a extensão de suas decisões tem sido alvo de críticas.
O texto menciona que a preocupação com a desregulamentação da internet ganhou força após 2018, quando discursos considerados antidemocráticos passaram a circular amplamente. Inquéritos foram abertos para investigar conteúdos que afetam a honra e a segurança de membros do tribunal. Desde então, centenas de contas foram suspensas, incluindo plataformas de grande alcance, levantando debates sobre os limites entre controle e censura.
A *Economist* reconhece que o Brasil, como outras democracias, impõe restrições à liberdade de expressão, mas questiona a severidade e o alcance dessas medidas. Embora parte das ações judiciais vise conter excessos claros, a publicação aponta que algumas decisões podem ultrapassar os limites razoáveis, gerando preocupação sobre o equilíbrio entre segurança e direitos fundamentais. O texto conclui que, mesmo dentro do contexto brasileiro, a atuação do STF tem sido vista como alarmante por alguns setores.