O Supremo Tribunal Federal (STF) enfrenta um período crítico, segundo análise da revista The Economist, que destaca a necessidade de moderação para preservar sua credibilidade perante a população. A publicação sugere que julgamentos de alto perfil, como os envolvendo figuras políticas, devem ocorrer em plenário para evitar a percepção de parcialidade. Além disso, critica-se o excesso de poder concentrado em alguns ministros, com decisões monocráticas em casos sensíveis, o que pode minar a confiança pública no Judiciário. A revista também ressalta que a expansão desmedida das atribuições do STF, combinada com a baixa aprovação popular (apenas 12% consideram seu trabalho “bom” ou “ótimo”), representa riscos à democracia.
Text: A crise de legitimidade de outros Poderes, como o Executivo e o Legislativo, tem levado o STF a assumir um papel mais ativo, muitas vezes preenchendo lacunas deixadas por instituições ineficientes. O Congresso, por exemplo, falha em legislar sobre temas urgentes, como regras para liberdade de expressão online, enquanto se dedica a projetos controversos. A análise aponta ainda contradições históricas do tribunal, como a manutenção de condenações por corrupção em alguns casos e a anulação em outros, o que alimenta dúvidas sobre sua coerência.
Text: Embora o STF aja dentro de suas atribuições constitucionais, a revista alerta para o perigo de o tribunal se tornar um instrumento de tendências iliberais, especialmente se continuar a ampliar sua influência sobre questões políticas. A falta de equilíbrio entre os Poderes e a deterioração da qualidade das decisões judiciais são desafios que exigem atenção imediata. A publicação conclui que, sem reformas e maior transparência, o STF pode aprofundar a desconfiança da sociedade brasileira no sistema democrático.