A revista The Economist destacou preocupações sobre a possível piora na crise de credibilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) caso o julgamento envolvendo o ex-presidente e aliados, acusados de suposta tentativa de golpe após as eleições de 2022, seja conduzido pela Primeira Turma, composta por cinco ministros. A publicação argumenta que a decisão nesse colegiado, onde dois integrantes têm ligações próximas com o atual governo, pode reforçar a percepção de influência política no tribunal. O STF foi procurado para comentar as críticas, mas não se manifestou.
A análise aponta que o STF tem ampliado seu papel em meio a crises nos outros Poderes, assumindo funções que ultrapassam a jurisdição tradicional. A revista cita como exemplo a lentidão do Congresso em votar projetos relevantes, como a regulação de redes sociais, enquanto prioriza debates controversos, como anistia a envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Além disso, decisões monocráticas de ministros e a falta de um código de ética foram mencionadas como fatores que alimentam questionamentos sobre a atuação da Corte.
Por fim, a publicação avalia que o STF ganhou força após julgar casos emblemáticos, como o Mensalão, mas sua expansão de atribuições e a percepção de parcialidade em processos políticos podem comprometer sua legitimidade. A revista sugere que o julgamento do ex-presidente e aliados será um teste crucial para a imagem do tribunal diante da opinião pública, especialmente se conduzido em um cenário que possa ser visto como politicamente influenciado.