A economia brasileira ficou estagnada na passagem de janeiro para fevereiro de 2025, segundo o Monitor do PIB, estudo mensal da FGV. O desempenho dessazonalizado foi de 0%, com crescimento de 2,7% em relação a fevereiro de 2024 e alta de 3,1% no acumulado de 12 meses. A indústria e os investimentos tiveram resultados positivos, mas foram neutralizados por quedas no consumo, na agropecuária e nas exportações, enquanto o setor de serviços permaneceu estável.
O cenário externo, marcado por tensões comerciais e tarifas impostas pelos EUA, e o cenário interno, com juros elevados para conter a inflação, contribuíram para a desaceleração. O IPCA acumulado em 12 meses chegou a 5,48%, acima do teto da meta, pressionando o Banco Central a manter a política monetária restritiva. O crédito mais caro desestimula consumo e investimentos, refletindo-se em indicadores como a queda nas exportações (-2,8% em 12 meses) e a redução do ritmo de crescimento dos investimentos.
Apesar dos desafios, a economia evitou retração, com destaque para o consumo das famílias, que subiu 2,7% em relação a fevereiro de 2024. O resultado oficial do PIB para o primeiro trimestre será divulgado pelo IBGE em 30 de maio, enquanto indicadores preliminares, como o IBC-Br, apontam expansão de 0,4% em fevereiro e 3,8% no ano. A combinação de fatores internos e externos sugere um período de moderado crescimento, mas com riscos em meio ao cenário global incerto.