A economia brasileira ficou estagnada na passagem de janeiro para fevereiro de 2025, segundo o Monitor do PIB, estudo mensal da FGV. O desempenho dessazonalizado mostrou crescimento zero no período, embora, em comparação anual, tenha havido alta de 2,7%. No acumulado de 12 meses, o PIB avançou 3,1%, indicando uma desaceleração em relação aos meses anteriores. A coordenadora do estudo, Juliana Trece, destacou que o resultado reflete um equilíbrio entre crescimentos na indústria e nos investimentos e retrações no consumo, na agropecuária e nas exportações, enquanto o setor de serviços permaneceu estável.
O cenário externo e interno apresenta desafios, como a guerra tarifária liderada pelos Estados Unidos, que afeta as exportações brasileiras, e a política monetária restritiva do Banco Central, com elevações da taxa Selic para conter a inflação. O IPCA acumulado em 12 meses chegou a 5,48%, acima do teto da meta do governo, pressionando o custo de crédito e reduzindo o consumo e os investimentos. Setores como o consumo das famílias e a formação bruta de capital fixo mostraram perda de força, enquanto as exportações registraram queda de 2,8% no acumulado anual.
O resultado oficial do PIB para o primeiro trimestre de 2025 será divulgado pelo IBGE em 30 de maio, mas indicadores preliminares, como o IBC-Br do Banco Central, já apontam uma expansão moderada de 0,4% em fevereiro e 3,8% em 12 meses. Apesar dos ventos desfavoráveis, a economia brasileira evitou uma retração, mantendo-se estável em um contexto de incertezas globais e ajustes domésticos.