Por quase sete meses, duas mulheres, mãe e filha, chamaram a atenção ao passar os dias em um McDonald’s no Leblon, Rio de Janeiro. Elas chegavam pela manhã com várias malas e permaneciam no local até o fechamento, à madrugada, recusando ajuda de assistentes sociais e moradores que ofereciam abrigo. Alegavam procurar um apartamento na região, com um orçamento incompatível com os preços do bairro, e afirmavam receber apoio financeiro de um familiar no exterior.
A situação mudou quando foram acusadas de injúria racial por um grupo de adolescentes, o que resultou na prisão de uma delas e em uma decisão judicial que as proibiu de frequentar o estabelecimento por dois anos. Não era a primeira vez que enfrentavam acusações do tipo: em 2017, já haviam sido condenadas por um caso semelhante no Rio Grande do Sul. Após o incidente, deixaram o McDonald’s, mas continuaram com uma trajetória instável.
Recentemente, foram despejadas de um apartamento em Botafogo, onde haviam se instalado temporariamente após serem expulsas de um hostel por não pagarem as diárias. Testemunhas relataram que tentaram se abrigar na garagem do prédio antes de deixar o local em um táxi, com destino a Copacabana. O caso ilustra os desafios de uma rotina marcada por recusa a ajuda institucional e conflitos judiciais.