O dólar aprofundou sua queda no mercado brasileiro nesta quinta-feira, 17, acompanhando o movimento das moedas emergentes e a alta do petróleo, impulsionado por sinais de redução nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. A moeda norte-americana fechou em baixa de 1,05%, cotada a R$ 5,8037, o menor valor desde o início de abril. O real, que vinha sofrendo mais que outras divisas, teve o segundo melhor desempenho entre as moedas emergentes, beneficiado pela valorização de commodities e pela expectativa de um possível acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo.
A disposição do governo americano em negociar com a China trouxe alívio aos mercados, segundo analistas. O petróleo, em alta, também favoreceu o real, já que o Brasil é um grande exportador de commodities. No entanto, especialistas alertam que o cenário ainda é marcado por incertezas, o que pode levar a picos de volatilidade. O índice DXY, que mede o dólar frente a outras moedas fortes, manteve-se estável, enquanto o euro teve leve desvalorização após o corte de juros pelo Banco Central Europeu.
Apesar do otimismo recente, economistas destacam que uma desaceleração das economias americana e chinesa pode impactar a demanda global, afetando as exportações brasileiras. Contudo, produtos como alimentos e petróleo, que ganharam peso na pauta exportadora do Brasil, tendem a ser menos sensíveis a crises, o que pode mitigar os efeitos negativos. O Bradesco revisou sua projeção para o câmbio, estimando um dólar mais fraco no longo prazo, mas ressalta que a volatilidade deve permanecer elevada nos próximos meses.