O dólar abriu em queda nesta quinta-feira (24), cotado a R$ 5,6839, acumulando recuo de 1,48% na semana. Na véspera, a moeda norte-americana havia fechado com baixa de 0,16%. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou alta de 1,34% no dia anterior, atingindo 132.216 pontos, com ganhos acumulados de 9,92% no ano. Os movimentos ocorrem em um cenário marcado pelas incertezas da guerra tarifária entre Estados Unidos e China e pelos sinais de desaceleração na economia americana, conforme revelado pelo Livro Bege do Federal Reserve.
A China negou a existência de negociações comerciais em curso com os EUA, contrariando declarações recentes do governo americano. Enquanto as tarifas sobre produtos chineses nos EUA chegam a 245%, o país asiático mantém taxas de 125% sobre importações americanas. O porta-voz do Ministério do Comércio chinês afirmou que qualquer informação sobre avanços nas tratativas é infundada, exigindo que os EUA “corrijam suas práticas equivocadas”. Por outro lado, autoridades americanas sinalizaram possíveis reduções nas tarifas, embora a Casa Branca tenha descartado cortes unilaterais.
Os impactos do “tarifaço” já são perceptíveis nos EUA, com o índice PMI indicando a menor atividade empresarial em 16 meses e pressões inflacionárias em setores como automóveis. Analistas destacam que empresas e consumidores estão se adaptando às novas condições, mas o clima de incerteza tem levado a demissões e investimentos contidos. O temor de estagflação coloca o Fed em uma posição delicada, enquanto o mercado aguarda desdobramentos das tensões comerciais.