O dólar avançou pelo terceiro pregão consecutivo, fechando próximo a R$ 6,00, impulsionado pelo aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. A moeda acumula alta de 5,13% em abril, reduzindo suas perdas no ano para 2,95%. O real foi uma das divisas emergentes mais afetadas, enquanto o yuan atingiu seu menor nível histórico frente ao dólar, pressionando exportadores de commodities como o Brasil. A decisão da China de manter tarifas retaliatórias e a resposta dos EUA, com sobretaxas de 50%, elevaram a aversão ao risco no mercado.
O Ibovespa caiu 1,32%, fechando abaixo dos 124 mil pontos, com destaque para quedas em ações ligadas a commodities, como Vale e Petrobras. A tensão comercial reforçou preocupações com uma desaceleração global, reduzindo a demanda por ativos de risco. Investidores estrangeiros retiraram R$ 3,6 bilhões da bolsa brasileira em abril, enquanto o índice DXY, que mede a força do dólar, recuou levemente. Declarações de autoridades do Federal Reserve sinalizaram cautela com o impacto das tarifas na inflação e no consumo nos EUA.
O conflito comercial também reverberou no mercado offshore, com a China iniciando uma disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as medidas americanas. Enquanto isso, expectativas de um possível corte nas taxas de juros nos EUA ganharam força, refletindo preocupações com a atividade econômica. O tombo das bolsas de Nova York e a volatilidade no câmbio marcaram o dia, com investidores aguardando novos desdobramentos na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.