A recente desvalorização do dólar, que atingiu seu menor nível em três anos, tem levantado preocupações entre economistas sobre uma possível perda de confiança global nos Estados Unidos. A moeda, que historicamente domina o comércio internacional e serve como ativo seguro, enfrenta uma queda rara e acentuada de 9% desde janeiro. Embora muitos investidores não acreditem em um colapso imediato do dólar como reserva mundial, até mesmo um declínio gradual poderia comprometer vantagens econômicas cruciais, como empréstimos a juros baixos e influência geopolítica.
A força do dólar sempre permitiu aos Estados Unidos manter custos de financiamento reduzidos e exercer pressão sobre nações como Venezuela e Irã, restringindo seu acesso ao sistema financeiro global. No entanto, políticas comerciais imprevisíveis e medidas como tarifas têm abalado a percepção de estabilidade do país. Economistas alertam que, embora não haja alternativas imediatas ao dólar, a erosão da confiança pode acelerar-se se as incertezas persistirem.
Alguns analistas atribuem a queda do dólar a expectativas de inflação, não necessariamente a uma crise de credibilidade. Ainda assim, a falta de opções viáveis—como yuan, bitcoin ou ouro—mantém a demanda pela moeda americana. O risco, porém, é que a instabilidade política e econômica leve investidores a buscar diversificação, minando gradualmente o “privilégio exorbitante” que os Estados Unidos desfrutam há décadas.