A combinação de aversão ao risco, queda nos preços das commodities e indicadores econômicos divergentes globalmente contribuíram para a desvalorização do real frente ao dólar nesta terça-feira (8). A moeda norte-americana fechou a R$ 5,998, com alta de 1,49%, chegando a atingir R$ 6,005 durante o dia. Especialistas atribuem o movimento à confirmação de tarifas de 104% impostas pelos EUA sobre importações chinesas, o que intensificou a busca por ativos seguros, como o dólar, em detrimento de moedas emergentes.
A queda no preço de commodities como petróleo e minério de ferro também pressionou o real, já que o Brasil é um grande exportador desses produtos. Contratos de petróleo WTI e Brent recuaram cerca de 2%, enquanto o minério de ferro registrou perda de 3,15%. Com menos dólares entrando no mercado brasileiro devido à desvalorização desses produtos, a moeda local ficou mais vulnerável. No entanto, analistas destacam que o movimento é global, afetando principalmente países ligados à China e a commodities.
Além dos fatores externos, especialistas ressaltam que o cenário é influenciado por incertezas geopolíticas, juros em colapso nos EUA e realocação de portfólios em escala mundial. O momento de alta volatilidade exige cautela, com investidores priorizando liquidez em vez de derivativos financeiros. Embora o real tenha sido uma das moedas mais impactadas, o efeito não é isolado, refletindo um ambiente econômico complexo e fragmentado.