O dólar teve forte alta nesta sexta-feira (4), superando R$ 5,80, em meio à valorização da moeda norte-americana no exterior e aos temores de uma recessão global decorrente da guerra comercial entre Estados Unidos e China. A retaliação chinesa, com tarifas de 34% sobre produtos americanos, intensificou a aversão ao risco, pressionando moedas emergentes e commodities. O petróleo registrou quedas acentuadas, com perdas acima de 6%, enquanto o índice DXY, que mede o dólar frente a outras moedas fortes, subiu cerca de 1%.
No mercado financeiro, o Ibovespa teve sua maior queda desde dezembro, recuando 2,96%, em um dia marcado por disseminação generalizada de perdas, especialmente em setores como commodities e bancos. Vale e Petrobras estiveram entre as maiores baixas, refletindo a correção nos preços do petróleo. Enquanto isso, os principais índices acionários de Nova York também caíram, com o S&P 500 registrando queda próxima a 6%. O clima de incerteza foi agravado pelas declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, que sinalizou cautela em relação a cortes de juros imediatos.
A semana encerrou com um cenário de pessimismo no mercado, onde 50% dos participantes pesquisados preveem novas quedas para o Ibovespa na próxima semana. A tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo dominou os movimentos dos investidores, overshadowing até mesmo dados positivos do mercado de trabalho americano. Com a retaliação chinesa e a postura firme do governo dos EUA, os temores de uma escalada protecionista continuam a influenciar negativamente os ativos globais.