A combinação do dólar elevado, do crescimento do comércio online e da guerra de tarifas iniciada pelos Estados Unidos contra a China está afetando a rua 25 de Março, um dos principais centros de comércio popular de São Paulo. Lojistas e clientes relatam que os preços ainda estão estáveis, mas há preocupação com possíveis impactos futuros, especialmente se houver um excedente de produtos chineses direcionados ao Brasil devido às sobretaxas americanas. Enquanto alguns empresários veem oportunidades nesse cenário, outros já sentem os efeitos da moeda norte-americana e da concorrência com o varejo digital.
No varejo, as vendas estão fracas, com muitos atribuindo a queda ao dólar alto e ao aumento dos preços, especialmente em itens sazonais, como os ovos de Páscoa. Lojas que dependem de importados, como acessórios eletrônicos, temem os efeitos prolongados da guerra comercial, enquanto estabelecimentos que trabalham com produtos nacionais, como os Armarinhos Fernando, mantêm preços mais competitivos. Apesar disso, consumidores como a aposentada Elisa Nanci de Barros criticam a falta de vantagens em comprar na região, destacando a perda de atratividade em relação a preços e qualidade.
O cenário ainda é incerto, mas a percepção geral é de cautela. Enquanto o atacado pode já estar sentindo os efeitos das tarifas, o varejo aguarda para entender como a situação se desdobrará. Consultores e lojistas monitoram os preços de perto, e muitos acreditam que, em um mundo globalizado, os impactos negativos podem eventualmente chegar ao Brasil. Apesar das incertezas, a região tenta se adaptar, buscando equilíbrio entre oferta, demanda e os desafios impostos pela economia internacional.