A guerra civil no Sudão completa dois anos nesta terça-feira (15), marcada por violência, deslocamento em massa e uma das piores crises humanitárias do mundo. O conflito, que começou em 15 de abril de 2023 entre forças militares e paramilitares, já matou dezenas de milhares e deslocou 13 milhões de pessoas. A capital, Cartum, foi transformada em um campo de batalha, com relatos de fome, falta de serviços básicos e hospitais inoperantes. Recentemente, o Exército retomou o controle da cidade, mas a situação continua crítica em outras regiões, como Darfur.
Em Darfur, a fome e os combates persistem, com paramilitares avançando sobre El Fasher, última capital regional sob controle oficial. Enquanto isso, autoridades internacionais se reuniram em Londres para discutir o conflito, mas sem a presença dos envolvidos. O alto comissário da ONU para refugiados alertou sobre a indiferença global diante do sofrimento dos sudaneses, que enfrentam abusos, fome e violência generalizada. O secretário-geral da ONU destacou que os civis são os mais afetados, com estimativas não oficiais apontando até 150.000 mortos.
A crise alimentar atinge quase 25 milhões de pessoas, com oito milhões à beira da fome. Crianças são especialmente vulneráveis, com milhares de mortes e mutilações registradas desde o início do conflito. O recente controle do campo de deslocados de Zamzam por paramilitares agravou a situação em Darfur, onde mais de 500.000 pessoas buscavam refúgio. Sem perspectiva de paz, a guerra no Sudão continua a devastar o país, com poucos sinais de resolução no horizonte.