As negociações entre Estados Unidos e México enfrentam um novo obstáculo: o cumprimento do tratado bilateral de 1944 que regula o compartilhamento de água na fronteira. O governo norte-americano acusa o México de não entregar os 1,6 bilhão de metros cúbicos de água devidos ao Texas, ameaçando impor tarifas e até sanções. A presidente mexicana afirmou que o país tem cumprido suas obrigações dentro das possibilidades, citando três anos de seca, e destacou que uma proposta foi enviada para resolver a questão a curto prazo, em colaboração com a Comissão Internacional de Fronteiras e Água.
O tratado estabelece que o México deve fornecer 430 milhões de metros cúbicos anuais ao longo do Rio Grande, com flexibilidade para quitar a dívida em um período de cinco anos. No ciclo atual, que termina em 2025, o país entregou apenas um quarto do volume devido, gerando insatisfação entre agricultores texanos. Especialistas apontam que, apesar do atraso, o México não violou o acordo, pois o prazo ainda não se encerrou. No entanto, a pressão política cresce, com autoridades dos EUA exigindo medidas mais duras.
A situação se torna ainda mais delicada diante das constantes ameaças comerciais e da complexidade geopolítica entre os dois países. Enquanto o México busca alternativas para cumprir o tratado, aproveitando a temporada de chuvas, o embaixador norte-americano recém-ratificado prometeu assegurar o cumprimento de todas as obrigações mexicanas. A disputa reflete os desafios de gerenciar recursos hídricos em meio a mudanças climáticas e tensões diplomáticas.