O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) lançou sua candidatura à presidência do PT, marcando um embate interno com o ex-prefeito Edinho Silva, apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Falcão, que já comandou o partido em dois períodos, defende uma reconexão com a base social e critica a ideia de um PT centrado apenas em parlamentares e líderes do Executivo. Sua campanha, sob o slogan “Pela base, construir a esperança”, surge em um momento de tensão dentro da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), que enfrenta divergências sobre a tesouraria do partido.
A disputa pela liderança do PT também envolve acusações de abuso de poder econômico, com questionamentos sobre o uso de recursos para viagens de campanha. Valter Pomar, outro candidato pela tendência Articulação de Esquerda, cobrou transparência nas finanças partidárias, lembrando que a democracia petista não deve tolerar interferências de recursos empresariais. Enquanto isso, Edinho Silva defende uma aproximação com o centro político, buscando reduzir a polarização, enquanto Falcão argumenta que o partido não pode perder sua identidade histórica nem se tornar um “braço institucional do governo”.
Além da batalha pelo controle da tesouraria, que administra fundos de quase R$ 800 milhões anuais, a eleição reflete divergências sobre o futuro do PT pós-Lula e a estratégia para a campanha presidencial de 2026. Com candidaturas ainda em aberto até maio e votação marcada para julho, o partido enfrenta um racha que vai além de disputas pessoais, envolvendo concepções distintas sobre o rumo da legenda e seu papel no cenário político nacional.