Um conflito sobre o compartilhamento de água entre os Estados Unidos e o México escalou após acusações de que o país vizinho estaria descumprindo um tratado de 1944. O acordo estabelece que o México deve enviar anualmente uma quantidade específica de água do Rio Grande para o Texas, mas, devido a uma seca histórica e a desafios de infraestrutura, menos de 30% da cota foi entregue até o momento. Autoridades mexicanas alegam que as mudanças climáticas justificam a flexibilização prevista no tratado, enquanto políticos norte-americanos pressionam por medidas mais duras, incluindo sanções e tarifas.
Em resposta às críticas, o governo mexicano afirmou ter enviado uma proposta para resolver a pendência e expressou confiança em um acordo bilateral. No entanto, a disputa já gerou tensões internas no México, onde estados do norte resistem a liberar mais água para os EUA, temendo escassez local. Em 2020, protestos de agricultores em Chihuahua contra as entregas de água ao Texas resultaram em confrontos violentos, mostrando a sensibilidade do tema.
Enquanto isso, autoridades dos dois países buscam soluções para evitar um agravamento da crise. O México planeja aumentar os envios de água, mas mesmo assim ficaria abaixo do exigido pelo tratado. Analistas alertam que a disputa pode afetar não apenas as relações diplomáticas, mas também o comércio e a cooperação regional, especialmente em um contexto de pressões políticas e escassez hídrica crescente.