A Polícia Federal (PF) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estão envolvidas em uma disputa por poder desde o início do governo atual, com os dois órgãos sendo liderados por indicados pessoais do presidente. O conflito ganhou destaque durante as investigações sobre a chamada “Abin Paralela”, operação que, no governo anterior, espionou ilegalmente autoridades, políticos e jornalistas. Enquanto a PF acusa a Abin de dificultar as investigações para proteger ex-dirigentes, a agência nega as alegações e afirma ter cooperado com todos os pedidos de documentos.
O caso também envolve uma operação de espionagem contra o governo paraguaio, relacionada às negociações sobre o preço da energia excedente vendida ao Brasil. A PF busca esclarecer quando essa operação foi cancelada e se o término foi registrado oficialmente. Enquanto isso, servidores da Abin acusam a PF de vazar informações que levaram a um princípio de crise diplomática entre os dois países.
A tensão entre as instituições reflete divergências internas, com ambos os lados trocando acusações sobre condutas inadequadas. A situação permanece sob investigação, com o depoimento do diretor-geral da Abin marcado para os próximos dias. O caso ilustra os desafios de coordenação entre órgãos de inteligência e segurança pública no país.