Um episódio do programa “Linha de Passe”, da ESPN, gerou tensão entre a emissora e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) após críticas à gestão da entidade. A edição especial, que discutiu reportagens sobre supostos gastos questionáveis e aumentos salariais na CBF, foi alvo de reclamações por parte da confederação. Como consequência, seis jornalistas envolvidos foram chamados para uma reunião com a direção do canal e não participaram da edição seguinte, embora continuem escalados para outros trabalhos.
A ESPN tratou o caso como uma falha de processo, já que a alta cúpula da emissora não havia sido informada previamente sobre o tema do programa. A CBF soube da abordagem crítica por meio de redes sociais e questionou a ESPN, que inicialmente negou que o episódio fosse um especial sobre as denúncias. Após a exibição, a direção do canal reconheceu que houve falhas na comunicação interna, mas não adotou medidas disciplinares contra os profissionais.
A CBF negou qualquer tentativa de interferência na liberdade de imprensa, afirmando respeitar a independência editorial dos veículos. O ocorrido acontece em um momento sensível, já que a ESPN recentemente fechou um contrato milionário para transmitir a Série B do Campeonato Brasileiro, competição organizada pela CBF, mas cujos direitos foram negociados por outras entidades. Nem a emissora nem os jornalistas envolvidos se manifestaram publicamente sobre o caso.