A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados criticou o que chamou de “nanismo diplomático” do Itamaraty, após um embate entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Justiça da Espanha. O conflito surgiu quando o ministro Alexandre de Moraes negou um pedido de extradição solicitado pela Espanha, envolvendo um caso de tráfico de drogas. A decisão foi tomada após a Justiça espanhola recusar a extradição de um jornalista brasileiro, citando motivos políticos. O deputado Filipe Barros (PL-PR) afirmou que o caso prejudica as relações bilaterais e demonstra a politização do Judiciário brasileiro.
A Justiça da Espanha negou a extradição do jornalista, alegando que os crimes atribuídos a ele estavam ligados a condutas de natureza política, o que inviabilizaria a entrega com base no tratado bilateral. O STF, por sua vez, argumentou que a recusa espanhola violou o princípio de reciprocidade, levando Moraes a suspender o pedido de extradição do cidadão búlgaro. O governo brasileiro anunciou que recorrerá da decisão e contratou advogados espanhóis para representar seus interesses.
Enquanto isso, o jornalista envolvido no caso declarou que não pretende deixar a Espanha, onde permanece em liberdade. Ele afirmou que vai celebrar a decisão judicial com uma caminhada religiosa em Santiago de Compostela. O impasse destacou as tensões entre os dois países, levantando questões sobre a autonomia do Judiciário e a condução da política externa brasileira.