A China começou a aplicar nesta quinta-feira (10) tarifas de 84% sobre produtos importados dos Estados Unidos, em resposta às medidas do governo norte-americano, que elevou para 125% as taxas sobre mercadorias chinesas. A decisão foi anunciada durante a madrugada no país asiático, intensificando a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. O conflito começou com a imposição de tarifas recíprocas pelo lado norte-americano no início de abril, seguida por retaliações sucessivas de ambos os lados.
O embate teve início quando os EUA aplicaram uma taxa extra de 10% sobre importações chinesas, elevando a alíquota total para 20%. Após novas rodadas de aumentos, incluindo uma tarifa adicional de 34% anunciada no dia 2 de abril, a China retaliou com medidas semelhantes, levando os EUA a subirem novamente as taxas para 104% e, posteriormente, para 125%. Paralelamente, o governo norte-americano reduziu temporariamente para 10% as tarifas sobre outros países, em uma “pausa” de 90 dias, o que aliviou parcialmente a tensão nos mercados globais.
Os reflexos da disputa foram sentidos nas bolsas de valores, com quedas bruscas na semana anterior e recuperação expressiva após o anúncio da redução temporária das tarifas. Nos EUA, os principais índices registraram altas históricas, enquanto no Brasil o dólar recuou e o Ibovespa subiu. Apesar do alívio momentâneo, a incerteza persiste, especialmente em relação à próxima resposta chinesa às novas tarifas norte-americanas, que podem prolongar a instabilidade econômica global.