Um estudo recente realizado pelo Centro de Cardiologia do Sírio-Libanês demonstrou a eficácia do Dispositivo de Assistência Ventricular Esquerda (DAVE) no tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca avançada. O dispositivo, que age como uma bomba temporária, melhora a circulação sanguínea e a oxigenação de órgãos vitais, apresentando taxas de sobrevivência de 90% no primeiro ano e 80% após dois anos. Além de prolongar a vida, o DAVE permitiu que 85% dos pacientes retomassem atividades cotidianas, destacando-se como uma alternativa viável para quem aguarda transplante cardíaco.
O alto custo do DAVE ainda limita seu acesso, mas um modelo inovador de gestão, baseado no sistema hub-and-spoke, tem ampliado a democratização do tratamento. Enquanto as cirurgias são realizadas no centro especializado em São Paulo, o acompanhamento pós-operatório é feito em hospitais regionais, reduzindo deslocamentos e otimizando recursos. O programa Coração Novo, financiado por doações e incentivos fiscais, viabiliza o acesso ao dispositivo mesmo para pacientes de regiões mais afastadas.
Embora os resultados sejam promissores, desafios persistem, como a necessidade de maior conscientização sobre os sintomas da insuficiência cardíaca e o diagnóstico precoce. O sucesso do modelo adotado pelo Sírio-Libanês, único a oferecer o DAVE pelo SUS, abre caminho para a implementação de outras tecnologias avançadas no sistema de saúde brasileiro, reforçando a importância de investimentos em inovação e gestão eficiente.