A diretora de “Psicopata Americano”, filme que completa 25 anos em 2025, expressou surpresa com a forma como o público, especialmente jovens de Wall Street, idolatram o personagem Patrick Bateman, interpretado por Christian Bale. Em entrevista recente, ela destacou que a obra sempre foi uma sátira sobre a masculinidade tóxica, criada a partir de uma perspectiva gay, e não uma celebração do estilo de vida do protagonista. Apesar disso, muitas pessoas interpretaram mal a mensagem, enxergando Bateman como um modelo a ser seguido, algo que nunca foi a intenção original.
O filme, baseado no livro de Bret Easton Ellis, explora os rituais homoeróticos e a competição extrema entre homens em ambientes como Wall Street. A diretora ressaltou que há um aspecto irônico na forma como esses grupos fetichizam a aparência e o poder, algo que o filme critica de forma evidente. Apesar das controvérsias iniciais, incluindo críticas de grupos feministas, a obra ganhou status de cult e até inspirou um musical da Broadway, além de se tornar viral no TikTok décadas após seu lançamento.
A equipe responsável pelo filme nunca esperou que ele fosse adotado pela comunidade financeira ou por uma nova geração como um símbolo de sucesso. A diretora questiona se houve uma falha na comunicação, já que Christian Bale claramente interpreta Bateman como uma caricatura. A obra, que Roger Ebert definiu como uma crítica à vaidade masculina, continua a gerar discussões sobre como sátiras podem ser mal compreendidas quando retiradas de seu contexto original.