O diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, depôs à Polícia Federal por cerca de cinco horas nesta quinta-feira (17.abr.2025) em dois inquéritos. Um deles investiga se sua gestão, durante o governo atual, interferiu nas apurações sobre a chamada “Abin Paralela”, suposto esquema de espionagem política durante a gestão anterior. O outro trata do possível monitoramento de autoridades paraguaias pela agência, alvo de um processo criminal no país vizinho. O ex-diretor adjunto da Abin também foi ouvido, mas a PF não divulgou detalhes dos depoimentos.
A “Abin Paralela” teria usado softwares de espionagem para rastrear autoridades sem autorização judicial, incluindo ministros do STF, parlamentares e jornalistas. Relatórios da PF indicam que o grupo operou durante o governo passado, com suspeitas de coordenação por parte de um ex-diretor da agência. Entre os alvos estavam figuras envolvidas em investigações críticas ao governo federal na época, como membros da CPI da Pandemia.
O caso ganhou novos desdobramentos com a abertura de investigações no Paraguai sobre supostas atividades de espionagem digital pela Abin. O governo brasileiro foi cobrado por informações sobre o assunto, mas as autoridades ainda não se pronunciaram publicamente. As apurações seguem em andamento, com a PF mantendo sigilo sobre os detalhes dos depoimentos e provas coletadas.