A ex-primeira-dama de um país vizinho recebeu asilo diplomático no Brasil por motivos humanitários, conforme anunciado pelo ministro das Relações Exteriores. A decisão levou em consideração sua condição de saúde, incluindo uma recente cirurgia na coluna vertebral, e a necessidade de continuar o tratamento médico, além da presença de seu filho menor, que ficaria desamparado devido à detenção do cônjuge. O governo peruano emitiu salvo-condutos para que ambos deixassem o país, com o aval das autoridades locais, e a transferência foi realizada por meio de um voo da Força Aérea Brasileira.
O caso envolve uma condenação por lavagem de dinheiro relacionada a uma construtora brasileira e um governo estrangeiro, mas a concessão do asilo baseou-se estritamente em critérios humanitários, conforme a Convenção de Caracas. A Polícia Federal concedeu registros provisórios aos dois, enquanto o Comitê Nacional para os Refugiados avalia o pedido de refúgio. Entre 2023 e 2024, o Brasil recebeu mais de 126 mil solicitações de refúgio, demonstrando a complexidade do tema.
A Convenção sobre Asilo Diplomático, de 1954, permite que países concedam asilo a perseguidos políticos, sem obrigatoriedade de justificativa. O governo peruano afirmou que a embaixada brasileira citou o tratado durante as negociações. Enquanto isso, o ex-mandatário do país vizinho cumpre pena em uma base policial destinada a ex-líderes detidos, um cenário comum na região devido a casos de corrupção. A decisão brasileira reforça o debate sobre o equilíbrio entre justiça e proteção humanitária.