O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que a concessão de asilo à ex-primeira-dama do Peru foi baseada em razões humanitárias, mas a decisão tem sido vista como um movimento para proteger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de desgaste político. Fontes do governo e da defesa da ex-primeira-dama revelaram que foi o próprio Lula quem solicitou o salvo-conduto para que ela deixasse o Peru, levantando questionamentos sobre a interferência na justiça peruana, que opera em um regime democrático.
A medida reacendeu no cenário político brasileiro temas sensíveis, como os escândalos envolvendo a Odebrecht e a Operação Lava Jato, que a oposição pode usar para pressionar o governo no Congresso. Internamente, há avaliações de que a decisão foi um erro diplomático, motivado por solidariedade ideológica, já que o governo do ex-presidente peruano, marido da beneficiada, era alinhado à esquerda.
A escolha de transportar a ex-primeira-dama em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), apesar da disponibilidade de voos comerciais, também gerou controvérsia. O governo reconhece que a decisão pode impactar negativamente a popularidade do presidente, especialmente por associá-lo a casos que sua campanha em 2022 tentou evitar. Enquanto isso, no Peru, as acusações contra a ex-primeira-dama seguem em disputa judicial, com sua defesa alegando que as condenações são baseadas em delações premiadas.