A Dior reforçou sua conexão histórica com o Japão ao realizar seu desfile de outono 2025 em Kyoto, cidade escolhida por seu simbolismo cultural. O evento aconteceu em 15 de abril, período marcado pelo florescimento das cerejeiras (sakuras), que inspiraram não apenas a cenografia ao ar livre, mas também a maquiagem das modelos, com tons rosados criados pelo diretor de imagem da Dior Makeup. A data e o local refletem a admiração de Christian Dior pelo japonismo, influência que permeou coleções passadas, como as de John Galliano em 2007 e Raf Simons em 2014.
Sob a direção criativa de Maria Grazia Chiuri, a coleção explorou a intersecção entre moda e arte, com referências à exposição “Love Fashion: In Search of Myself” do Museu Nacional de Arte Moderna de Kyoto. Peças como jaquetas-quimono e trench-coats destacaram a fusão entre silhuetas ocidentais e formas tradicionais japonesas, enquanto tecidos artesanais – alguns bordados por um artesão nonagenário – trouxeram ornamentos botânicos em jacquard e estampas florais. A abordagem respeitosa à cultura local se manifestou em detalhes como o uso discreto do vermelho, presente em um vestido de veludo em tom fechado.
O desfile reforçou o diálogo contínuo da Dior com o Japão, desde as memórias de infância de seu fundador até as colaborações contemporâneas. A escolha de Kyoto como palco e a integração de elementos naturais e artísticos demonstraram como a maison traduz tradição em inovação, mantendo-se fiel a seu legado enquanto celebra a cultura japonesa de forma sofisticada e atual.