No dia 23 de abril, fiéis católicos e adeptos de religiões de matriz africana celebram São Jorge e Ogum, figuras sincretizadas no Brasil. O santo, conhecido por sua história de martírio e pela lenda do dragão, é venerado como protetor de soldados, cavaleiros e escoteiros, além de padroeiro de países como Inglaterra e Etiópia. Já Ogum, orixá associado à guerra e à metalurgia, é homenageado com rituais, comidas típicas e oferendas, refletindo a riqueza do sincretismo religioso no país.
Devotos compartilham experiências pessoais de fé, como curas milagrosas e superação de desafios, atribuídas à intercessão de São Jorge. Kaylane Gomes, por exemplo, relembra sua cura de uma doença grave na infância após pedir ajuda ao santo, enquanto Paulo Madeira destaca o apoio espiritual em momentos de luto familiar. A devoção também se manifesta em símbolos, como tatuagens e imagens do santo, que representam proteção e conexão com entes queridos.
A data reforça a diversidade religiosa brasileira, unindo tradições católicas e afro-brasileiras em torno de figuras que simbolizam coragem e resistência. Enquanto a Igreja Católica honra São Jorge como mártir, a Umbanda e o Candomblé celebram Ogum com festas e rituais. Essa convergência cultural, embora originada em contextos históricos de opressão, hoje se expressa como um legado de fé e pluralismo.