Na Faixa de Gaza, famílias deslocadas pela guerra estão recorrendo à carne de tartaruga como uma das únicas fontes de proteína disponíveis, diante da escassez crítica de alimentos. Majida Qanan, uma palestina de 61 anos que vive em uma tenda em Khan Yunis, relata que precisou preparar o prato incomum três vezes para alimentar sua família, já que o acesso a carne e legumes é quase inexistente. A situação é agravada pelo bloqueio israelense à ajuda humanitária, que restringe ainda mais os suprimentos essenciais para a população.
A crise humanitária no território atinge níveis alarmantes, com ONGs alertando que a fome se espalha rapidamente. Tartarugas marinhas, espécie protegida internacionalmente, estão sendo capturadas por pescadores locais e preparadas seguindo rituais halal, já que não há alternativas viáveis. Abdul Halim Qanan, pescador e primo de Majida, explica que, em condições normais, o consumo do animal seria impensável, mas a guerra deixou a população sem opções.
Desde outubro de 2023, Gaza enfrenta a pior crise desde o início do conflito, com relatos de pessoas consumindo alimentos para animais e até grama para sobreviver. Apesar de breves tréguas terem facilitado a entrada de ajuda, a retomada dos combates em março agravou ainda mais a situação. Enquanto isso, famílias seguem improvisando refeições com o pouco que encontram, ilustrando a gravidade da crise alimentar no território.