Apesar da queda geral no desemprego no Brasil em 2024, os jovens de 18 a 29 anos continuam enfrentando dificuldades para ingressar e permanecer no mercado de trabalho. Segundo um estudo do FGV Ibre, a taxa de desocupação nessa faixa etária é mais que o dobro da registrada entre adultos de 30 a 59 anos. Problemas como falta de experiência profissional, baixa qualificação e a predominância de vagas informais contribuem para esse cenário, criando um ciclo difícil de romper: muitos jovens acabam em subempregos, com rendimentos menores e menos horas trabalhadas do que desejariam.
A pesquisa também destaca que os jovens estão concentrados em ocupações de baixa remuneração e alta informalidade, com renda média de R$ 2.297, abaixo da média nacional. Além disso, a falta de habilidades socioemocionais, como trabalho em equipe e resiliência, é apontada como um obstáculo, levando muitas empresas a preferirem contratar profissionais mais experientes. Outro fator relevante é a discrepância entre as expectativas da geração Z e as demandas do mercado, resultando em um alto índice de pedidos de demissão voluntária entre jovens.
Especialistas alertam que a baixa inserção dos jovens no mercado formal pode impactar o desenvolvimento econômico do país, reduzindo a produtividade e a arrecadação de impostos. Para reverter essa situação, defendem maior alinhamento entre políticas públicas de qualificação e as necessidades das empresas, além do desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais entre os jovens. Programas de capacitação gratuitos existem, mas precisam ser mais eficazes ao conectar educação e demanda do mercado.