Quatro desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul retornaram às suas funções após seis meses afastados devido a investigações relacionadas a um suposto esquema de venda de sentenças. O afastamento, determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), visava preservar a confiança pública e interromper possíveis práticas criminosas. Com o término do prazo e a não renovação da medida pelo ministro relator no Supremo Tribunal Federal (STF), os magistrados reassumiram seus cargos, tendo recebido seus salários normalmente durante o período.
A investigação, batizada de Operação Ultima Ratio, continua no STF devido à suspeita de envolvimento de servidores ligados a ministros do STJ. Até o momento, não há indícios que comprometam os ministros da corte. As apurações indicam que decisões judiciais e pagamentos teriam sido negociados por meio de familiares dos desembargadores, com destaque para filhos que atuam como advogados, supostamente utilizando escritórios para receber vantagens financeiras de forma discreta.
A Polícia Federal encontrou evidências de relações próximas entre os magistrados e seus familiares, incluindo encontros informais e vínculos societários. Decisões cruzadas que beneficiaram clientes dos filhos dos desembargadores também estão sob análise. Enquanto o inquérito segue em andamento, o tribunal local já havia autorizado, em dezembro, a volta de outro desembargador à presidência da corte.