Um caso de falsidade ideológica veio à tona em outubro de 2024, quando um homem tentou emitir uma segunda via de sua carteira de identidade no Poupatempo da Sé, em São Paulo. Durante a verificação, as impressões digitais coletadas revelaram que o nome apresentado, de origem britânica, era falso e correspondia a outra identidade já registrada no sistema. Investigações posteriores constataram que o indivíduo possuía documentos duplicados, incluindo CPF, título de eleitor e passaporte, utilizado para deixar o país após a descoberta da fraude.
A denúncia do Ministério Público de São Paulo apontou que o uso do nome falso começou em 1980, quando o acusado apresentou documentos facilmente falsificáveis na época, como certificados militares e carteiras de trabalho. A falta de sistemas eletrônicos de verificação naquele período permitiu que a duplicidade permanecesse oculta por décadas. O caso só foi descoberto devido à modernização dos processos de identificação, que possibilitaram a comparação de digitais.
O Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu o pagamento da aposentadoria do envolvido, que atualmente está foragido. A decisão foi tomada pelo presidente do TJ-SP, que determinou a interrupção de quaisquer benefícios até nova ordem. O caso chama atenção para os desafios históricos no combate à fraude documental e a importância da tecnologia para garantir a integridade dos registros oficiais.