A queda de 26,8% nos casos de malária no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior reflete progresso, mas especialistas alertam para os desafios persistentes. Com 25.473 registros em três meses, a doença ainda exige vigilância reforçada, especialmente fora da Amazônia, onde o mosquito transmissor está presente em 80% do território nacional. O diagnóstico rápido e preciso é crucial, pois sintomas como febre e calafrios podem ser negligenciados em regiões não endêmicas, aumentando o risco de surtos.
A malária, transmitida pelo mosquito Anopheles, é causada principalmente pelos parasitas Plasmodium vivax e falciparum, sendo o último mais letal. O tratamento imediato é essencial para interromper a cadeia de transmissão, já que pacientes podem infectar mosquitos logo no primeiro dia de infecção. Testes rápidos e medicamentos eficazes estão disponíveis, mas a falta de conscientização entre profissionais de saúde e a mobilidade de pessoas entre áreas endêmicas e não endêmicas representam riscos significativos.
As mudanças climáticas emergem como uma ameaça adicional, pois o aquecimento global pode favorecer a reintrodução da malária em regiões onde a doença já foi eliminada. A meta brasileira de reduzir em 90% os casos até 2030 e erradicar a transmissão até 2035 depende do fortalecimento da vigilância em todo o país, combinado com ações de controle vetorial e educação em saúde. O combate à malária, portanto, exige uma abordagem integrada e contínua para evitar retrocessos.