O parlamentar federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) passou a maior parte do ano legislativo de 2025 fora do Brasil, acumulando 36 dias de trabalho no exterior em um período de 47 dias. Suas ausências foram formalizadas por meio de licenças autorizadas pela Câmara dos Deputados, sem redução salarial nos primeiros meses. Durante esse período, participou virtualmente de 13 sessões deliberativas, registrando também ausências justificadas e não justificadas. A Câmara afirmou que não houve custos com hospedagem, alimentação ou transporte, já que as despesas foram assumidas pelo próprio deputado.
O parlamentar justificou as viagens aos EUA como missões diplomáticas e agendas pessoais, incluindo participação em eventos conservadores e encontros com aliados do ex-presidente americano Donald Trump. Em discursos e entrevistas, criticou autoridades brasileiras, como o ministro do STF Alexandre de Moraes, e comparou investigações contra sua família a perseguições políticas. Em março, afastou-se oficialmente por 122 dias, alegando necessidade de focar em “sanções contra violadores de direitos humanos”, sem remuneração durante o período.
As licenças seguem as regras da Câmara, que permitem afastamentos para missões temporárias ou questões pessoais, desde que dentro do prazo máximo. Enquanto o deputado está licenciado, seu suplente assume o mandato. O caso reacende debates sobre a atuação de parlamentares no exterior e o uso de licenças para fins políticos, sem prejuízo financeiro inicial aos cofres públicos.