O deputado Pedro Lucas (União-MA), confirmado pelo governo como novo ministro das Comunicações no dia 10 de abril, ainda não decidiu se assumirá o cargo. Nesta terça-feira (22), ele se reunirá com líderes partidários, incluindo o presidente do União Brasil e o presidente do Senado, em meio a crescentes pressões para que recuse a nomeação. A indicação, articulada por um senador, gerou divisões na bancada do partido, com muitos deputados preferindo que ele permaneça na liderança da Câmara.
A situação é atípica, já que políticos geralmente buscam assumir cargos no primeiro escalão, e não renunciar a eles. A resistência dentro do partido surge em parte devido a descontentamento com a interferência externa na escolha da liderança e à preferência de manter a legenda distante do governo. Mensagens em grupos internos revelam que vários parlamentares pedem que o deputado desista do ministério.
A expectativa é que Pedro Lucas anuncie sua decisão ainda nesta terça, após reunião com a bancada. Analisando o cenário de divisão, avalia-se que ele provavelmente recusará o cargo, optando por permanecer na Câmara. Se confirmada, a decisão marcará um raro episódio na política brasileira, em que um indicado ao ministério cede à pressão partidária em vez de assumir a posição.