O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) está no centro de um processo que pode resultar na cassação de seu mandato, após o Conselho de Ética da Câmara aprovar, por maioria, o pedido com base em acusações de quebra de decoro parlamentar. O caso remonta a um incidente em que o parlamentar expulsou um manifestante do MBL a chutes e empurrões, mas especialistas apontam que a gravidade do fato não justificaria a perda do mandato, sugerindo penalidades menos severas, como advertência ou suspensão. Parlamentares de diversos partidos expressaram preocupação com o precedente que a decisão pode criar, destacando possíveis motivações políticas por trás da ação.
A situação ganhou contornos mais complexos devido ao histórico de denúncias feitas pelo deputado e pelo PSOL contra o chamado Orçamento Secreto, mecanismo criticado por falta de transparência na destinação de verbas públicas. O STF já declarou a prática inconstitucional em 2022, e investigações recentes envolvendo a Polícia Federal reacenderam o debate. Analistas sugerem que o processo de cassação pode estar relacionado a retaliações políticas, especialmente após confrontos públicos com o então presidente da Câmara, que nega qualquer envolvimento no caso.
Em protesto, o deputado iniciou uma greve de fome, que já dura oito dias, chamando atenção para o que considera uma perseguição política. Apesar do desgaste físico, ele mantém-se em boas condições de saúde, segundo acompanhamento médico. O ato tem mobilizado apoio de setores da sociedade civil, artistas e juristas, ampliando a visibilidade do caso. Enquanto isso, aliados articulam um recurso na CCJC para tentar reverter a decisão, antes que o processo siga para votação no Plenário, onde serão necessários 257 votos para efetivar a cassação.