O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou o fim de sua greve de fome nesta quinta-feira (17), após nove dias de protesto. A decisão ocorreu depois que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), concordou em suspender por 60 dias o processo que pode levar à cassação do mandato do parlamentar. O caso, recomendado pelo Conselho de Ética por conta de um episódio de agressão física, ficará paralisado até agosto, quando os deputados deverão decidir sobre o destino do processo.
A suspensão do trâmite foi articulada por aliados do PSOL e do PT, que buscaram uma solução alternativa à cassação, como uma punição menos severa. Durante a greve, o deputado recebeu apoio de movimentos sociais e de oito ministros do governo federal, que o visitaram no local onde improvisou um espaço de protesto. Glauber afirmou que, apesar de encerrar a greve, continuará lutando contra o orçamento secreto e outras bandeiras de sua agenda política.
O caso é considerado inédito na Câmara, pois nenhum deputado havia sido punido com a perda de mandato por agressão física, apesar de históricos episódios de violência no Legislativo. O parlamentar seguirá para avaliação médica após o protesto, que o levou a perder peso, mas manteve suas condições de saúde estáveis. O recurso contra a decisão do Conselho de Ética ainda pode ser analisado pela Comissão de Constituição e Justiça nas próximas semanas.